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Se o destino for alcançável de moto
nós iremos lá!

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Sob o signo da paridade

O dia 24 de julho, e o Passeio de Verão, vão ficar na história do Moto Clube do Porto pois, pela primeira vez, tivemos 20% das motos participantes conduzidas por senhoras! Sim, sabemos que cada vez há mais mulheres a conduzir motos no dia a dia, mas nunca tal havia acontecido num passeio do MCP e hoje, 5 dos 25 condutores que integraram o passeio eram condutoras!

O dia amanheceu nublado, fresco e foi com um nevoeiro algo húmido que deixamos a sede do clube depois do café e do briefing, nevoeiro esse que nos acompanhou até depois de Amarante. Aí era onde começava verdadeiramente o passeio, com as primeiras curvas encadeadas até Celorico de Basto; com a entrada nas Terras de Basto além das estradas curvilíneas qb podíamos apreciar um sem número de casas senhoriais que por lá proliferam em grande número. Depois de passar ao lado de Cabeceiras de Basto, e enquanto subíamos para o Salto, as vistas passaram de boas a sublimes; foi tempo de fazer uma pequena paragem para esticar as pernas e beber alguma coisa antes de atravessar a barragem do Alto Rabagão e ver, com tristeza, a falta de água na sua albufeira. Tempo ainda para fazer uma paragem em Vilarinho de Negrões para a foto de grupo da praxe, antes de descermos a Boticas para almoçar a “obrigatória” vitela barrosã no Restaurante Caçador.

Já refeitos, arrancámos em direção a Ribeira de Pena por uma estrada municipal cujas paisagens, e curvas, os participantes não esquecerão tão cedo. Depois…, bem, depois foi regressar às estradas, que agora nos pareceram banais, até Arco de Baúlhe após o que fizemos uma última paragem para “meia de letra” e algo para refrescar, e regressarmos a Amarante onde nos dividimos em pequenos grupos para o regresso a casa.

Em agosto muitos de nós irão de férias, para mais ou menos longe, de moto, carro ou avião (será que alguém vai de bicicleta?) mas o Moto Clube do Porto não para e, no fim de semana de 13/14, haverá uma proposta de passeio com moldes fora do normal. Se vais ficar “por cá” mantém-te atento às notícias!

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Centro de sabores surpreendentes

Rota dos Sabores 2022 00Meia centena deliciou-se com Rota escaldante

Descobrir novos paladares e conhecer o património local, ver paisagens diferentes e percorrer estradas menos conhecidas foram objetivos plenamente cumpridos em mais uma Rota dos Sabores. O Moto Clube do Porto, com apoio da Henisa Cash & Carry e da MotoTrofa, juntou meia centena de participantes para uma surpreendente descoberta da região centro. Aventura de exploração que começou cedo, com o sempre desejado café acompanhado pela primeira surpresa do dia.

Bombons com recheio de manjerico, isso mesmo, manjerico!, criados pela Pedaços de Cacau – da já nossa conhecida Raquel Lima – e que serviram para assinalar o final das festas dos santos populares e o início das viagens de verão. E que início!

Tentando aproveitar as temperaturas mais amenas da manhã, o grupo saiu do Grande Porto de forma diferente, através de estradas secundárias entre árvores, beneficiando de algumas sombras e passagens por vales refrescantes. Percurso pensado para enganar a adivinhada canícula, concentrando mais quilómetros na parte inicial de uma viagem que levaria a caravana até ao belíssimo parque de merendas da pateira de Espinhel.

Pouco mais de uma centena de quilómetros, com passagens na serra do Arestal, abordando ao de leve a Serra da Freita e olhando para a Serra do Caramulo, com passagens por Macieira de Cambra, Vale de Cambra ou Sever do Vouga antes da chegada a Águeda. Ou melhor, à aguedense Freguesia de Recardães e Espinhel, onde esperava o seu presidente, Manuel Campos. Mais precisamente ainda, à pateira de Espinhel, na lagoa de Fermentelos a maior lagoa natural da Península Ibérica.

Pedaço de paraíso adoçado pelos pastéis de Águeda

Local de enorme beleza, com parque verdejante que serviu de excecional palco para a receção preparada pelo Grupo Motard de Recardães e pelo seu presidente da Assembleia-geral, Marco Almeida. Que, associando-se ao evento do MCP, brindou os participantes com os famosos pastéis de Águeda para acompanhar o café, sumos e águas. Pastéis de origem conventual, feitos com açúcar, ovos e amêndoa, de origem historicamente disputada pelo Convento de Jesus, em Aveiro, e pelo Mosteiro de Lorvão, e de que existem atualmente apenas 5 produtores acreditados pela Câmara Municipal de Águeda.

Um momento para apreciar a beleza natural de um verdadeiro pedaço de paraíso e descansar um pouco, minimizando os efeitos da temperatura já então bem elevada, antes da curta tirada até à Curia. Viagem pelo meio de alguns dos vinhedos de onde saem os cada vez mais apreciados vinhos bairradinos e que acompanhariam um dos momentos altos da Rota dos Sabores 2022 Moto Clube do Porto/Henisa.

O almoço, servido no Curia Palace Hotel, foi marcado por uma imagem de grande elegância, em local de enorme carga histórica. Inaugurado em 1926 e alvo de cuidada remodelação integral, preservando todo o misticismo dos “loucos anos ‘20”, o Palace impressiona sempre pela grandiosidade e o classicismo de um ambiente ímpar, sendo elemento incontornável no panorama hoteleiro nacional.

Dos “loucos anos ‘20” à surpreendente vila Ançã

Com um serviço excelente a exaltar as características de um local inesquecível, custou aos participantes arrancar para a última etapa, curta, até Ançã. Uma vila de grande peso histórico cuja fundação remonta, pelo menos, à ocupação romana, ainda no primeiro século da era cristã, factos atestados por vários vestígios arqueológicos. Importância de longa data sublinhada pela doação de uma propriedade no ano 937 D.C e que representa o primeiro documento escrito com referência ao lugar de Ançã. Que ganharia estatuto de vila e sede de Concelho em 1371, com foral concedido por D. Fernando, e uma relevância crescente até às reformas liberais de 1853, altura em que passou a integrar o concelho de Cantanhede.

Recebidos pelo presidente da Junta de Freguesia de Ançã, Cláudio Cardoso, perceberiam os participantes a importância histórica, que valeu recuperação do estatuto de vila em 2001 e que está bem patente no legado patrimonial, maioritariamente edificado na característica pedra de ançã. Pedra calcária, de cor clara e muito macia, facilitando os trabalhos de escultura e ornamentação arquitetónica tendo como exemplos mais famosos os túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I ou a Porta Especiosa, da Sé Velha de Coimbra.

Mas também de monumentos ançanenses, muito bem-apresentados pela simpática e conhecedora técnica do Posto de Turismo Liliana Malva, do Paço do Marquês de Cascais à Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Ó (ou a Expectação). Verdadeira gramática de estilos arquitetónicos, construída nos séculos XVIII e XIX e declarada como Património de Interesse Público em 1983. Particularmente interessante foi também a apaixonante história da fonte dos Castros ou da casa onde nasceu o médico, poeta, escritor, professor e intelectual Jaime Cortesão. História de Ançã que não ficaria completa sem a visita ao Museu Etnográfico Típico de Ançã ou descoberta do Moinho da Fonte, representando os muitos moinhos de água existentes nas margens da Ribeira de Ançã e aproveitando um caudal de água superior aos 20 mil litros por minuto! E para os melómanos, oportunidade ímpar de assistir, no Terreiro do Paço, ao ensaio geral da Phylarmonica Ançanense, com o espetáculo Plano V, integrante do programa da Semana Cultural de Ançã. Enfim, mais surpresas!

A fonte dos amores e um doce de piscina

Visitas que abriram o apetite para mais descobertas surpreendentes. Por um lado, a piscina natural, alimentada por água proveniente diretamente da nascente da Fonte dos Castros, e, por outro lado, a doçaria local. A começar pelo tradicional Bolo de Ançã, com origens se perdem no tempo e cuja simplicidade de ingredientes (farinha, açúcar, ovos, manteiga, fermento e raspas de limão) remete o segredo da qualidade para o saber ancestral das boleiras que fazem perdurar o processo de fabrico artesanal. Cozido em forno de lenha, tem a particularidade de uma feitura a 2 tempos, saindo do forno para ser feito um corte na parte superior em forma de coroa e pincelado com ovo para reforçar o tom dourado. E há também uma variante mais recente, feito sem ovos e com um toque a canela, cuja forma em S valeu designação de Bolo de Cornos.

Doçaria acompanhada por sumos, café de cafeteira tradicional e até uma jeropiga antes da possibilidade de desfrutar da piscina natural e do bar Quintal da Fonte, onde foi possível aproveitar um ameno sunset com direito a música ao vivo. Forma muito apreciada de terminar a Rota dos Sabores, antes de um regresso a casa feito à vontade de cada participante, com várias estradas nacionais à mão de semear e o acesso à autoestrada a escassos dois minutos de distância. E dispensando o eficiente trabalho dos “condutores de caravana” Rui Carvalho e Castro, Sérgio Correia, Nuno Trêpa Leite e Armando Moutinho, fundamentais na boa disposição e segurança ao longo de toda a viagem.

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