Sexta feira estava um dia esquisito. A temperatura subiu, a chuva parou, mas o céu apresentava uma cor estranha e a radiação solar era baixa.
Na saída da cidade do Porto, às 7 da manhã, o termómetro da moto marcava 18 graus. Estranho para a época do ano.
Só podia significar uma coisa. Os ares provenientes do deserto do Saara estavam sobre a península ibérica.
Excelente para a viajar de moto, embora com as cores da paisagem diferentes do habitual. Estava dado o mote para este magnífico evento. Uma janela meteorológica favorável.
Com a maioria dos participantes já reunidos na sexta feira, no hotel Douro Superior, em Freixo de Espada à Cinta, e com a pontualidade exemplar de todos no sábado, saída em grupo às 9 horas, pela estrada EN221, em direção à Lagoaça.
Como ainda era relativamente cedo, desvio pelo Miradouro do Colado, em Mazouco. Com esta estrada panorâmica, o primeiro contacto com as paisagens deslumbrantes, que nos aguardavam ao longo do percurso.
No miradouro da cruzinha, reunião para início do evento. Tirada a foto da praxe e efetuado o respetivo registo fotográfico das paisagens, saída em caravana para o Planalto Mirandês. Não podíamos deixar de visitar o miradouro de Santa Bárbara em Bemposta.
As povoações de Algosinho e Lamoso viram passar a caravana ordenada e a Barragem de Bemposta foi o local mais a leste que fomos visitar.
Mudança de direção com o Museu do Coa como destino, mas não pelo IC5.
Pela simpática EN221, passando por Mogadouro e seguindo até Meirinhos devido a um lapso do desorganizador mor, permitiu efetuar uma visita a esta localidade, e após a inversão da marcha lá seguimos pelas aldeias de Quinta das Quebradas e Estevais conforme previsto.
Entrando na EN220, e após alguns kms, desvio para as localidades de Felgueiras e Maçores até Açoreira.
Aqui estava reservado a parte "picante" da rota, com um micro "Stelvio", pondo à prova os motociclistas menos experientes.
Estrada de beleza indescritível, a serpentear a montanha e culminando junto ao rio com fim na barragem do Pocinho.
Após almoço no restaurante do Museu do Coa e visita ao museu, fomos ainda presenteados com uma exposição da pintora luso-britânica Paula Rego.
E com a visita, o contemplar das paisagens e o desfrutar o espaço exterior, o tempo foi passando e já com o adiantar da hora, foi necessário corrigir para uma rota direta, direção ao Hotel em Freixo de Espada à Cinta.
Ainda se efetuou uma paragem em Torre de Moncorvo, para abastecimento das motos em bomba de gasolina de marca conceituada.
Chegada ao hotel, pelas 17h30, paragem para descanso de todos, que o dia já ia longo e havia um jantar para desfrutar.
Motos paradas e já com roupa "à civil", jantar num restaurante perto do hotel, a 10 minutos de distância a pé. A caminhada proporcionou momentos de convívio e um relaxamento para abrir o apetite.
O Restaurante ZONA VERDE recebeu-nos com uma hospitalidade singular, gente boa que nos fez sentir em casa.
Entradas e bebidas à descrição, seguida de uma posta de bacalhau soberbamente bem confecionada e sobremesas à escolha.
Domingo novamente a pontualidade exemplar de todos os participantes, saída em grupo às 9 horas, pela estrada EN221, desta vez em direção a sul, em rota direta ao Miradouro de Penedo Durão.
O Penedo Durão é um promontório de xisto que se vê de longe, quase vertical sobre a margem direita do Douro. Enormes placas oblíquas recortam o céu.
Só dois movimentos se destacam pelas serranias desta imensa paisagem que se estende para Espanha a perder de vista: a água que a barragem solta em pressão, espuma, movimento e ruído, e as aves que habitam as escarpas do Penedo Durão e saem para o céu em voos planados e longos. São abutres, grifos e falcões peregrinos que, sem nos darem qualquer atenção, sobrevoam as pedras onde nos sentamos a contemplar a paisagem e, em ziguezagues, voam com toda a majestade por baixo dos rochedos, levando-nos quase a rastejar para os espreitar e ver de cima o dorso castanho e preto e as asas enormes.
Após este espetáculo fabuloso proporcionado pela natureza selvagem, e tirada a fotografia da praxe, seguimos em direção à aldeia de Poiares, onde nos esperava a descida fabulosa para o rio Douro. Novamente paisagens deslumbrantes até ao entroncamento com a N221.
Em Barca de Alva paragem para café e para satisfação dos mais destemidos, organizamos uma pequena volta offroad, desafio esse superado com sucesso por cerca de metade da caravana.
Continuando pela N221, por Escalhão, Figueira de Castelo Rodrigo, entramos na N332, para um dos marcos do evento, sem antes passar por Almendra.
O marco do km final da EN222 foi contemplado por todos os participantes.
Seguindo por esta estrada mítica, com piso soberbo e um encadear de curvas fabuloso, direção ao castelo de Numão.
Pausa para café e fotografias da praxe, que o sítio é lindo de se ver.
Com um dos pontos altos do evento a aproximar-se, seguimos pela EM541 e por fim o Miradouro das Vargelas.
Da sua posição privilegiada, o miradouro de Vargelas permite visualizar uma vasta paisagem sobre o rio Douro e suas encostas moldadas pelo homem. Daqui vislumbra-se uma paisagem panorâmica de S. Salvador do Mundo, Vale de Figueira, S. Xisto, Vargela e Ferradosa, local onde almoçamos.
O Restaurante Cais da Ferradosa é espaço moderno, elegante e com personalidade.
Com o seu interior todo reservado para o evento, deleitamo-nos com a excelência da sua cozinha.
Local aprazível onde não faltaram fotografias para registar este recanto singular.
Já com sinais de "fim de festa", foi com alguma tristeza que o grupo se começou a separar.
Os participantes da cidade de Faro iniciaram o seu regresso, que ainda tinham muitos km para percorrer.
Para terminar mais um miradouro para visitar. Na EN222 com vistas para a cidade do Pinhão.
Dezenas de fotos de vários participantes disponiblizadas aqui e na página do facebook
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