E voltamos, finalmente, aos trilhos.
Depois de um longo período de reclusão devido à pandemia provocada pela covid-19, que obrigou o nosso Moto Clube do Porto a cancelar os últimos dois passeios para motos Big Trail, voltamos aos trilhos de terra neste domingo 9 de maio.
Pensado para ser um retorno suave às lides, atravessou as serras do Alvão e do Marão, rodeando os concelhos de Amarante, Mondim de Basto e Vila Real. Utilizando essencialmente estradões de terra, incluiu dois troços alternativos, de dificuldade um pouco superior, para satisfazer os mais experientes.
Mas como quem anda em terra sabe, o tempo, em particular a chuva, pode alterar muito os planos. Começou logo pelas previsões que, durante a última semana davam uma elevada probabilidade de chuva (!), que foi afastando muitos dos interessados. Depois de dias seguidos de muito sol e até algum calor, este domingo acordou muito, muito, molhado. De tal maneira, que provocou três desistências de última hora. Ainda assim, à hora marcada, lá estavam em Fridão os mais resistentes “bigtrailistas”, preparados para se fazerem aos caminhos.
Mas se na viagem até Amarante a chuva não deu tréguas, quando chegamos à serra, parou. Parou, e durante o dia todo só voltaram a cair uns pinguinhos depois da hora de almoço. Fantástico!
Podia não haver água a cair de cima, mas a que tinha caído nas últimas horas tornou os caminhos bem escorregadios, graças à muita lama que existia no percurso. Como estava na descrição do passeio, com estas condições o nível de dificuldade subiu de baixo para médio…
Mas o “escorrega daqui, escorrega dali” também pode ser divertido, e foi essa a atitude que todos passaram a ter. Sem qualquer incidente, fomos sempre progredindo até à primeira paragem, junto às Fisgas de Ermelo, para apreciar a paisagem e fazer o respetivo registo fotográfico. De volta ao caminho, entrávamos agora nas duas alternativas mais “alegres”, mas que mesmo assim foram ultrapassadas sem problemas pelos que resolveram arriscar. Temos pilotos!
Para relaxar, tempo para apreciar o Parque Natural do Alvão, que neste tempo primaveril se veste de cor. Lindíssimas, as suas paisagens! Por ali cruzamos várias das suas aldeias, de Galegos da Serra a Vila Cova. Antes do almoço, novo estradão rápido pela encosta do Marão, que desafia os sentidos a quem gosta de puxar um pouco mais pela sua montada.
Era tempo para a retemperante paragem de reabastecimento dos pilotos. Uma vez mais, fomos muito bem servidos no “Restaurante da Feira”, na Campeã. Confirmado por todos, o lombo assado e a subsequente fatia de pudim, estavam deliciosos.
Cumprindo com o horário planeado, às 14h30 voltamos aos trilhos para a parte da tarde. Subimos ao alto do Marão e de lá percorremos vários dos trilhos das encostas poente da serra, já no distrito do Porto. Entre trilhos mais duros, de pedra, ou mais macios, com alguma lama, foram cumpridos os 130 km marcados, de volta a Fridão.
Depois de tanto tempo afastados destas “aventuras”, apetecia continuar a desfrutar da companhia mútua, em conversa e partilha de histórias. Mas estávamos a meio da tarde e era tempo de despedidas. Depois de uma última bebida, para nós e para as Trails, que tão bem se portaram, seguimos para casa. Final de um dia muito bem passado e bem mais seco do que se chegou a prever.
E se o covid quiser, em setembro voltaremos ao monte para o Trails de Verão!