Da Lousã a Arganil
E pela terceira vez esta ano, as Big Trails do nosso Moto Clube do Porto fizeram-se à estrada. Aos caminhos. Aos trilhos. Ao pó … neste último domingo de setembro.
Este início de outono brindou-nos com um incrível domingo de sol e temperaturas amenas. Um excelente dia para os 17 entusiastas do “bigtrailismo” desfrutarem das belas paisagens das serras da Lousã e do Açor.
Logo de manhãzinha e sempre a velocidades legais, como é nosso apanágio, tivemos uma primeira ligação de 160 km por autoestrada, da sede do MCP ao centro da Lousã. O ponto de encontro escolhido permitiu-nos simultaneamente abastecer as montadas e os nossos estômagos, antes de nos fazermos à diversão.
A região montanhosa a percorrer começava a cobrir-se em tons outonais, com as folhas castanhas a enfeitar as bermas, mas não era a beleza das paisagens o principal atrativo do dia. Íamos percorrer os emblemáticos troços do rali de Portugal, da Lousã, Góis e Arganil, o que, para quem gosta de condução em fora-de-estrada, era o grande desafio.
Começamos a subir a serra pelas curvas da N236, passando junto do castelo da Lousã e da típica aldeia de Talasnal, lá em baixo, antes de entrar no primeiro trilho de terra, o troço da Lousã. Depois das chuvas do início da semana, o pó tinha acalmado significativamente face aos reconhecimentos, o que para os participantes era um aspeto muito positivo. Uma primeira parte rápida, em piso seco e bastante macio, permitiu uma adaptação descontraída à condução em terra. Na descida, os ganchos intrincados já obrigavam a uma maior atenção.
Também a necessitar de atenção, mas a debitar altas doses de prazer de condução, as curvas da N342, de ligação até ao trilho seguinte. Sem dúvida um troço a repetir, principalmente para quem gosta de condução em estrada aberta (e não gostamos todos? )
A subida às antenas da serra da Lousã, ao Alto de Trevim, constava no cardápio como o troço que necessitava de maiores cuidados, num passeio listado com nível baixo de dificuldade. E confirmou-se: todos os “pilotos” chegaram ao alto sem grandes relatos de dificuldade, à exceção do muito pó em alguns pontos. Lá em cima, ponto de paragem para apreciar a bela e looonga paisagem, que se estendia até à serra da Estrela. Tempo ainda para fazer a foto de grupo, trocar dois dedos de conversa e apreciar o já tradicional moscatel Favaios, desta vez oferecido pelo Fernando. Belos momentos!!
Depois da descida, hora para o almoço, no ‘Beira Rio’, em Góis. Enquanto se esperava pela mesa, mais um momento de confraternização e refrescamento: umas minis e uns jogos de matrecos. “Há quantos anos não jogava isto…” era a frase que mais se ouvia
Já de barriga atestada e seguindo à risca o plano proposto pela organização, arrancamos pelas 3 da tarde, fazendo-nos agora ao segundo troço de rali do dia, o troço de Góis. O grupo tinha ficado mais pequeno, depois da despedida de 4 amigos, de regresso a casa mais cedo, algo que causou algum contratempo: no arranque, dois elementos seguiram atrás dos que foram embora, obrigando a um tempo de espera aos outros que já tinham seguido. Mas quase que parecia propositado, pois o sítio em que paramos, à espera, foi nada menos do que à sombra do posto de vigia contra incêndios, bem no alto da serra, que nos permitiu apreciar ainda melhor a paisagem. “Tudo programado e previsto”, é claro.
Belos e divertidos trilhos, estes! Do alto, descemos à aldeia de Colmeal, subindo depois, em estradão de asfalto, à serra do Açor, passando pela aldeia de Cepos, entrando novamente em terra junto à famosa “casa do PPD”, atualmente pintada de branco e não de cor de laranja.
O último trilho de terra, o troço de Arganil, não veio sem uma última surpresa: uma paragem para os mais afoitos se fazerem ao famoso “salto de Arganil”. É que levantar as duas rodas do chão não é todos os dias!
A descida, em curva e contra-curva, fez-se em ritmo de pilotagem, levantando muito pó, chegando ao final, no centro de Arganil, com um sentimento de dever cumprido. Mais do que isso, de “divertimento cumprido”.
Antes do regresso livre a casa, à hora programada, tempo para uma última bebida, na calma esplanada do Teatro Alves. Uma vez mais, todos estavam cansados, mas de largo sorriso na cara.
Quando é o próximo passeio para Big Trails? Daqui por um mês, na região do Minho.
Lá estaremos, com certeza!