Grande aventura despede-se ao fim de uma década a descobrir o País entre sorrisos e muitas ‘estórias’
Lá dizem os mais antigos, do alto da sapiência consolidada por uma vida de experiência, “não há bem que sempre dure, …”. Infelizmente, já sabemos, nada dura para sempre! E o País DeKarta não é exceção, despedindo-se do ‘calendário’ ao fim de uma década de bons e louváveis serviços. Que é como quem diz, de milhares de quilómetros de descoberta e prazer de condução.
Após 9 edições que percorreram todo o Norte de Portugal (incluindo algumas incursões pela Galiza) e grande parte do Centro do País, realiza-se a 20 de agosto, a 10.ª e ÚLTIMA edição do País DeKarta. Uma saudável maluqueira, engendrada por quem prefere ter os pés nos patins da moto em vez de debaixo da mesa, autêntico contraponto aos passeios em que se fazem 100 km para estar 4 horas sentado à mesa a comer e que, desde 2008, levou 215 pessoas em 180 motos, de todas as cilindradas e feitios – incluindo algumas 125 cc que nunca foram os últimos a chegar! – a cumprir um total de 4216 quilómetros.
Números que levarão alguns dos mais distraídos a questionar, mas, afinal, o que é o País Dekarta? Pois acordaram tarde! Mas pela décima vez eu explico, ou melhor, recordo a entrevista que a organização do evento deu às principais cadeias internacionais de televisão, tais como Eurosport, ZDF, CNN, Motors TV, etc. a fim de esclarecer todas as dúvidas dos potenciais participantes:
P – Caro organizador, afinal o que é o País Dekarta?
R - O País Dekarta é um evento não desportivo que tem como principal objetivo andar de moto. A ideia surgiu depois de um dos organizadores ter feito ‘quase’ 1000 Km , em Dezembro de 2007, para ir ver o ‘Mais Curto Rally do Mundo’. O DAKAR! Que nesse ano teve a incrível extensão de 500 metros (CCB – Mosteiro dos Jerónimos), sendo a única edição em que todos os participantes terminaram.
Ora se uma organização com todos aqueles meios consegue fazer uma prova daquela envergadura, o Moto Clube do Porto decidiu organizar um evento mais adaptado à sua dimensão e como tal o percurso terá ‘apenas’ 500 Km! E daí o nome ser uma brincadeira com o nome do falecido Paris-Dakar.
P - E como se desenrolará o evento?
R - É muito simples! Cada participante deverá estar equipado com: Mapa de Estradas de Portugal (não precisa ser o mais recente), máquina fotográfica digital e muita vontade para andar de moto. Antes da partida a organização fornecerá a cada um a lista com os PPO’s (Ponto de Passagem Obrigatória) e, de 30 em 30 segundos, partirão duas motos apenas para que não se gere muita confusão nas estradas. Os participantes apenas terão que consultar o mapa e descobrir onde fica o próximo PPO e tal como aqueles desenhos por pontos da nossa infância, vão ter que unir todos os pontos pela ordem correcta para completar o percurso. A gestão do tempo e andamento será feita por cada um, assim como o local e o cardápio do almoço.
P - Mas como será feito o controlo de passagem pelos vários PPO’s? E não poderão os participantes utilizar as vias rápidas para poupar tempo?
R - Os PPO’s foram escolhidos de modo a que, para lá passar, o participante seja obrigado a circular por estradas secundárias pois a componente paisagística é também muito importante. Quanto ao controlo das passagens – aqui entra em cena a máquina fotográfica – o participante terá que fotografar a Placa Toponímica (nome da localidade), com a moto ao lado e de modo a ver-se a matrícula. E, assim, a organização pode facilmente confirmar se este participante cumpriu o percurso na sua totalidade.
P - Mas porquê a um domingo e logo em agosto, um mês tão quente?
R - Muito simples: o Moto Clube do Porto é conhecido pelo rigor que coloca em todas as suas organizações, portanto o ser em agosto deve-se ao facto de tentarmos recriar o mais fielmente possível as temperaturas que os pilotos do Dakar suportam durante a prova. O ser a um domingo o motivo é o mesmo! É do conhecimento geral que as dunas mudam de forma e de localização por acção dos ventos. Como o percurso será todo em asfalto e na impossibilidade de criar dunas artificiais, decidimos utilizar em sua substituição os automóveis dos nossos emigrantes e domingueiros que nesta altura povoam as nossas estradas que tal como as dunas se movem, mudam de forma e são obstáculos muito difíceis de transpôr daí o aviso para que todos tenham muita atenção e sejam comedidos nas “ultrapassagens dos obstáculos”.
P - E qual será o percurso?
R - Este só será totalmente revelado no momento da partida mas podemos adiantar que a partida será da sede da organização e atravessará as regiões do Douro, Douro Internacional e Trás os Montes que possuem excelentes estradas para rolar de moto e paisagens fabulosas.
P - Qual será o horário oficial, valor das inscrições, e onde obter mais informações?
R - Todas estas e outras informações importantes serão afixadas no Quadro Oficial de Avisos no clube e no site, ou contactando organizador-Mor; Nuno Feliz: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Finalmente perceberam o que andaram a perder durante 9 anos? Não venham para o ano perguntar pelo País DeKarta, porque a resposta será (citando o António Silva no Pátio das Cantigas): “Disto! Já não há mais...”
Nunca foi um evento com muitos participantes (se calhar porque não tem tainada acoplada, ou são muitos quilómetros...), mas entre malta que faz o percurso certinho e malta que faz questão de fotografar placas de terras que não constam dos PPO's fazendo desvios enormes, conquistou ao longo das várias edições um grupo de "ferrinhos", que participaram em quase todas as edições. Como o Sérgio Correia e o Miguel Ângelo que só falharam 2 edições (este será o ano do desempate), ou o Mário Trigo que só falhou 3, e mais alguns que não falharam muitas mais. Além de que, pelos comentários e sorrisos com que todos os participantes sempre chegam ao final, a organização tem o claro sentido de missão cumprida e que o evento era do agrado de todos.
Mas voltando à edição deste ano, já muitos perguntaram: A última, porquê? Porque, para um trajecto de um dia, o filão das estradas com boas curvas, piso e paisagens esgotou-se e torna-se muito complicado arranjar novos trajectos que não passem por grande parte dos já utilizados.
A grande novidade para este ano é que pela primeira vez o precurso não será segredo, e como sempre foi dito a última edição iria recordar o trajecto da primeira edição, que foi a mais longa de sempre com 563Km, com passagem pelo Douro e Trás-os-Montes. Ahhh, já agora recorde-se que as inscrições fecham na sexta feira antes do evento (dia 18 de agosto).
Assim, se gostas de andar de moto por boas estradas e com paisagens fabulosas, desencanta um mapa das estradas de Portugal (pode mesmo ser uma edição do séc. XX pois as estradas que vais usar já existem há muitos anos) e uma máquina fotográfica, ou uma daquelas que além de tirar fotografias também faz chamadas, e inscreve-te. A partida será às 8:00 e a chegada será até às 20:00H. Depois disso será servido um lanche final onde se ouvirão as histórias e estórias desta última edição.
Para não variar os preços serão os mesmos:
10€ - Sócio
15€ - Não Sócio
5€ - Pendura
A inscrição dá direito a:
Mais de 500Km de boas estradas, curvas e paisagens
Autocolante e Diploma do Evento
Lanche Final
Como curiosidade aqui fica o resumo das participações e quilómetros das anteriores edições:
Ano | Km | Participantes | Motos |
2008 | 563 | 25 | 22 |
2009 | 532 | 26 | 22 |
2010 | 471 | 23 | 20 |
2011 | 537 | 18 | 17 |
2012 | 389 | 23 | 17 |
2013 | 405 | 25 | 21 |
2014 | 454 | 19 | 15 |
2015 | 409 | 35 | 30 |
2016 | 456 | 21 | 16 |