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Revolta de contornos reais

Passeio de soberanos mototuristas lusitanos...

2ª Revolta Motorraliana...por domínios senhoriais espanhóis, visitando castelos e palácios, em história digna de reis e rainhas

Começa a ser uma importante e incontornável tradição mesmo se esta foi apenas a 2.ª edição da ReVolta Motorraliana! Tal como em 2018, vários foram os participantes no 25º Moto Rali do Moto Clube do Porto que, aproveitando feriados (1 de maio), pontes e dias de férias, decidiram expressar a revolta pelos poucos quilómetros do evento de abertura do 23º Troféu de Moto-Ralis Turísticos sob égide da Federação de Motociclismo de Portugal, fazendo-se à estrada para mais quatro dias de puro mototurismo. No programa, a descoberta de deliciosas estradas, belíssimas paisagens e da riquíssima história da Extremadura, Castilha La Mancha e Castilha Leon com um toque na Comunidade Autónoma de Madrid, em palco desde sempre frequentado por monarcas autoritários e encantadoras princesas.

Momentos de prazer e diversão que começaram, para os 17 revoltosos montados em 11 carroças de todos os tamanhos e feitios, logo após o almoço final do Moto Rali, em viagem rápida até Ciudad Rodrigo, preparando a verdadeira ReVolta. Aproveitando o animado jantar para recordar estratégia de ataque, o grupo preparou-se a rigor para dia de intensa viagem pela Extremadura espanhola que levaria a divertida caravana até Segóvia, com passagem por Ávila. Manhã cedo, com tempo fresco e alguma humidade, passagem discreta e silenciosa ao lado de muitas ganadarias onde é preparado o futuro de imensos restaurantes por toda a Espanha.

Domingo que amanheceu tranquilo, com os espanhóis em tempo de resoluções finais para as importantes eleições gerais que ditaram mudanças na liderança das Cortes Espanholas e no Senado, com o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de Pedro Sanchez a levar a melhor sobre o Partido Popular (PP). Tema de conversa obrigatório na paragem para o primeiro café do dia, em Linares de Riofrio, com a grata surpresa de descobrir que a dona da Cafeteria Europa Exprés era uma portuguesa de Seia, com origens nesta pequena vila de Castilha Leon. Os progenitores fugiram da Guerra Civil Espanhola optando pela serenidade da Serra da Estrela, antes de emigrarem para os Estados Unidos, fixando residência, durante muitos anos, em Boston. História de vida que moldou a pronúncia – mesmo falando corretamente o Português – em descoberta, em partilha de experiências, que representa, afinal, a essência do mototurismo.

Conceito de viagem que tem, na sua definição intrínseca, o prazer de andar de moto, altamente exponenciado durante a passagem pelas estradas curvilíneas da região, onde imensos motociclistas desfrutavam de um domingo solarengo para arredondar pneus. Prazer de condução que continuaria até Ávila, com passagem pela imponente muralha de mais de dois quilómetros e meio de extensão, e paragem no bem conservado centro histórico para saboroso almoço. Cuja digestão foi feita no El Real Sítio de San Lorenzo de El Escorial – Mosteiro do Escorial na versão mais curta… – gigantesco complexo que inclui palácio, museu, biblioteca e muito aprazíveis jardins onde todos os participantes usufruíram dos luxos mundanos de verdadeiros reis e rainhas. Sensação de realeza que só poderia ser conhecida ao pormenor se houvesse um dia inteirinho para visitar este conjunto arquitetónico mandado construir por Filipe II de Espanha para comemorar a vitória na Batalha de San Quintin (1557) sobre as tropas de Henrique II, Rei de França.

Da Segóvia dos Romanos…

Mas havia mais, muito mais para ver. Incluindo o Vale de Los Caídos, monumental memorial mandado erigir pelo ditador espanhol Francisco Franco e onde estão enterrados 33 873 combatentes nacionalistas da Guerra Civil. Que, questões ideológicas à parte, merece uma visita demorada, apreciando a magnífica basílica escavada na rocha e onde estão sepultados mortos de ambas as fações da contenda fratricida. Mas esta não foi a ocasião porque, sem aviso prévio, decidiram fechar as portas por tratar-se do dia de ato eleitoral em Espanha. E, assim, seguiu a caravana rumo a Segóvia, não sem antes fazer uma curta paragem em Guadarrama, ganhando folego para mais uma sessão de entusiasmantes curvas na serra com o mesmo nome, até Segóvia, Património da Humanidade desde 1985.

De enorme importância no Império Romano, tempos em que foi construído o imponente aqueduto com 18 quilómetros de comprimento, apoiado em 167 arcos na zona urbana, obra de engenharia capaz de resistir às agruras de mais de 2000 anos, a cidade localizada na confluência dos rios Eresma e Clamores, serviu também de refúgio a muitos reis e personalidades da história espanhola. E que, habituada a tão nobres visitantes, não estranhou a chegada dos Reais Motociclistas Lusitanos integrados na comitiva da ReVolta Motorraliana.

… aos luxos da Corte Espanhola

Da verdadeira joia que é Segóvia, da sua Catedral de linhas simples e dimensões imponentes ao Alcazar, autêntico castelo de sonhos, partiu-se, no terceiro dia de tão agradável ReVolta, para outro local digno das mais belas histórias de reis e rainha, príncipes e princesas. O Palácio Real de La Granja de San Ildefonso é obra-prima do barroco espanhol, mandado construir pelo Rei Filipe V de Espanha com inspiração no Palácio de Versalhes, erguido pelo seu avô, Luís XIV de França. Mantendo função de Residência da Família Real Espanhola, sobressai não só pelas dimensões da obra arquitetónica como pelos mais de 1500 acres de jardins, onde é possível percorrer mais de 28 quilómetros entre os mais elaborados arranjos de sebes e relvados, árvores centenárias e dezenas de majestosas fontes com maravilhosos conjuntos escultóricos.

Tempo de absoluto relaxe e deslumbramento antes da subida até aos 1796 metros de atitude do Passo de La Morcuera, de marcante paisagem alpina onde ciclistas e muitas vacas compõem o enquadramento nas encostas do conjunto montanhoso de Guadarrama. Estradas de inclinação acentuada, tão ao gosto de ciclistas como de motociclistas, até Manzanares el Real, com direito a passagem pelo Embalse de Santillana em pleno Parque Regional de la Cuenca Alta de Manzanares, declarado reserva da biosfera pela UNESCO em 1993. Curvas que mais abriram o apetite para o almoço, ponto sempre importante em qualquer acontecimento mototurístico ou não fossem as refeições momento ímpar de partilha com os amigos. E que, por isso mesmo, acaba não raras vezes por demorar mais que o previsto… Tempo que, longe de poder ser declarado como «perdido» deve antes ser visto como importante investimento em termos de relações humanas, de descoberta, além da sempre importante troca de experiências e vivências.

Dormindo em leito da realeza

Mas que – como “não há bela sem senão”… – acaba quase sempre por ter reflexos na viagem. Desta feita, ficou encurtada a prevista visita à antiquíssima cidade de Talavera de La Reina, local habitado desde o Paleolítico e onde marcaram forte presença os povos Celtas, Romanos e Árabes, antes da conquista cristã pelo Rei Alfonso VI no século XIII.

Mas foi por uma boa causa! Até porque, nestas coisas de mototurismo, o importante é desfrutar o momento, aproveitar cada paragem e cada curva, cada vislumbre de paisagem como aconteceu na parte final do dia, na ligação até ao Real Monasterio de Santa Maria de Guadalupe. Onde as intermináveis curvas foram tocadas por um rápido mas forte aguaceiro, aconselhando os mais cautelosos a rápida troca de indumentária, optando pelos fatos de chuva até então bem guardadinhos. E que, logo de seguida, voltariam às malas para não mais sair.

Até porque seriam traje pouco consonante com a elegância e nobreza do mosteiro que é Património da Humanidade desde 1993, mesclando de forma harmoniosa os estilos gótico, mudéjar, renascentista, barroco e neoclássico. Traços que refletem cinco séculos de história, entre os séc. XIII e XVIII apreciados desde os claustros pelos viajantes portugueses, em redor de uma boa taça de vinho e de umas quantas cañas, com algumas historietas e anedotas de permeio.

Jantar e dormida em excelso poiso real – ou não fosse este um verdadeiro passeio por domínios senhoriais! – antecedendo regresso a território nacional não sem antes visitar Albuquerque, numa etapa de bem conseguida transição. Local de um dos mais imponentes e bem preservados castelos de toda a Espanha, conjuga riqueza histórica e arquitetónica com monumentalidade paisagística e… presença portuguesa. Ou não fosse D. Afonso de Sanches, filho bastardo de D. Dinis, o primeiro senhor deste castelo… Mas também pela presença de Inês de Castro aquando da estadia de D. Pedro I em Ouguela, ou pelo importante papel na invasão de Portugal pelas tropas filipinas, instaladas em Albuquerque. Além de ter sido importante praça-forte portuguesa durante a Guerra da Sucessão espanhola e ponto de heroica resistência da população face à invasão napoleónica.

Dose de história para digerir durante os derradeiros quilómetros da ReVolta Motorraliana até à pernoita em Contância, marcando real encerramento de evento de trajeto principesco, visitas dignas de monarcas e repastos.

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