Fim de semana bem aproveitado
Aproveitando os belos dias de sol e de temperaturas quentes de um final de verão, lá rodámos nós por terras espanholas em busca de um pouco da nossa história.
Desta vez, em busca do famoso Tratado de Tordesilhas, acordado entre Portugal e Castela em 4 de junho de 1494 (há muito tempo mesmo) para se definir o que era pertença de Portugal e de Castela.
Saímos da nossa sede, sábado, às 9 horas, rumo à fronteira de Chaves.
Como já vem sendo hábito, os depósitos não iam cheios, pelo que na Gudiña parámos para abastecer, aproveitando o preço inferior do combustível.
Alguns igualmente atestaram os seus depósitos com produtos caseiros, sólidos e líquidos, como já é tradição.
Já preparados para enfrentar o resto da escaldante manhã, desfrutámos das paisagens a perder de vista dos campos de girassóis e de cereais, já cegados, adivinhando o inverno que se aproxima.
Mas como não vivemos só de paisagens, as refeições são sempre obrigatórias.
Em Tabara, numa daquelas terreolas espanholas, em que o calor sufoca, lá parámos para refrescar e almoçar uma daquelas refeições, de vários pratos à boa maneira de nuestros hermanos.
Mas o nosso objectivo, era mesmo, Tordesilhas e o Tratado…. e lá fomos.
Chegámos a horas, de bebermos umas “canhas” na Praça Maior, pois o calor era intenso e um Homem (homem/mulher) não é de ferro!
À hora marcada efectuou-se a visita guiada ao museu / local onde foi realmente assinado o famoso tratado e aí embrenhámos–nos na história, viajámos no tempo, enchendo o nosso ego!
Se em terra não tínhamos dimensão para os nossos vizinhos, nem para a “europa”, no mar era o oposto!
Por isso se assinou este tratado reconhecendo Portugal como uma potência económica e militar, a nível mundial.
E como também não vivemos do passado, subimos para as motos e partimos para Toro, uma comunidade na província de Zamora, banhada pelo rio Douro e situada numa encosta com uma paisagem em redor a perder de vista, nomeadamente para os campos onde teve lugar a batalha do mesmo nome,
Novamente se aproveitou o excepcional cumprimento do horário do passeio, para a toma de uns aperitivos líquidos, antes do jantar, na belíssima esplanada do hotel onde pernoitámos e desfrutámos da movida desta tão acolhedora terra.
E até ficámos a saber que a porta de entrada de seu centro histórico, a Torre do Relógio, do séc. XVIII, foi segundo uma lenda, construída com argamassa em que água teria sido substituída por vinho, já que era mais barato utiliza-lo do que subir a água do Douro até à povoação.
No domingo, lá partimos para Zamora, sempre com o Douro a acompanhar-nos, num passeio tranquilo e com a nossa caravana a mostrar como se deve passear em grupo.
Para uma curta paragem de descanso, em Zamora, escolhemos as imediações da Fundação Rei D Afonso Henriques, de onde se pode observar a espetacularidade da cidade e do Douro.
Mas nós, portugueses, não podemos estar longe da nossa comidinha muito tempo, uma vez que não há povo no mundo que tenha uma gastronomia tão variada e saborosa como a nossa!
E já com o cheiro no nariz lá arrancámos para mais quilómetros em estradas que pareciam não ter fim, até Mogadouro.
Agora os “finos” estavam à nossa espera para recompensar esta caravana que, deste modo vinha tirando dividendos do cumprimento dos horários estabelecidos.
E quem estiver a ler este texto, vai pensar, que fomos à posta … mas não meus amigos, fomos sim, a um belo pedaço de chambão de vaca, tenro e suculento acompanhado pelos nossos bons vinhos.
Resta agradecer a todos os participantes a grande pro-actividade demostrada neste passeio, que permitiu que o mesmo tivesse sido cumprido integralmente, mesmo com as arreliadoras avarias que atingiram duas “montadas”, para as quais se enviam votos de um rápido restabelecimento para o próximo passeio!
Em resumo podemos dizer que mais uma vez o MCP cumpriu as promessas anunciadas:
- 800 quilómetros de boas estradas a perder de vista
- Paisagens cujo limite era o horizonte
- Passeio descomplicado
- Muita camaradagem
Para próxima, haverá mais!
Fotos de Amélia Gomes e Nuno Trêpa Leite