Passeio saboroso ensina e descobre a Quinta da Pousadela
Grande dia mototurístico, este vivido por 34 sócios do MC Porto, em 23 motos, numa jornada curta, de 150 km, até Amarante, no invernal mas ameno sábado de 23 de janeiro de 2016.
Com um programa simples e tranquilo que incluía visitas guiadas ao Parque Florestal de Amarante e à Quinta da Pousadela, a surpresa das excelentes recepções em ambos os espaços, encimada por um almoço de fartura e qualidade, agradou a todos os felizardos que viveram este dia. Um dia de estreitamento de laços de amizade entre motociclistas, já que a jornada teve imensos momentos relaxados ao ar livre e à mesa.
E a cereja no topo do bolo é que a partir de agora, o Moto Clube do Porto tem uma árvore no Parque Florestal de Amarante. Sim! Plantada por todos no ano em que o clube faz 30 anos e o Parque 100, a Criptoméria japonica irá ser visitada com gosto pelos elementos que escavaram o buraco e a colocaram no solo, e que a regarão sempre que lá forem.
Aula amarantina no Parque Florestal
Pontuais como de costume, os participantes deste mini evento foram rápidos a chegar à sede – poucas horas após a Assembleia Geral onde a Direcção apresentou o Programa 2016 – e, à hora, após cafés e uma conversa de explicação do passeio, a curta e familiar caravana pôs-se em marcha pela A4 para o Marco de Canaveses. Aí, reforçada com os sócios vindos de norte, a comitiva entrou então em estradas bucólicas ao longo dos vales do Tâmega e Ovelha, com alguns nevoeiros matinais e casario rural granítico, que dá a estas bandas um ar nostálgico e acolhedor.
Seria na pequena ponte sobre o Rio Ovelha, na freguesia de Várzea de Ovelha e Aliviada, que o grupo parou pela primeira vez. Meia horita de sossego para apreciar a beleza do espaço natural, ouvir resumidamente a história da local Carmem Miranda - artista que seria na sua época a mais bem paga do planeta – e atacar o reforço de pequeno-almoço que o MCP aí ofereceu.
E após mais uns quilómetros rurais, ao minuto (parecemos britânicos) estacionamos as 23 motos à entrada do Parque Florestal de Amarante. Eram 11.30h e o Eng. Carlos Silva aguardava a comitiva com documentos e fotos especialmente produzidos para nós. É que o Parque não costuma promover visitas guiadas nem este responsável pelos Serviços Florestais está habituado a ser cicerone. No entanto, a surpresa deu-se. Entusiasmado pelo que mostrava, Carlos Silva – grande e apaixonado amarantino - acabou por oferecer uma fantástica aula sobre o Parque e tudo o que lhe está relacionado. A cidade, o Tâmega, a história – o Parque está a comemorar um século de existência – os artistas, os governantes, as espécies, a Natureza. E aquilo que duraria uma hora esticou-se em duas, com muito prazer de todos.
Visita que terminou com a tal plantação de uma jovem árvore cuja espécie conhecemos bem em 2006, no Passeio à Ilha de S. Miguel, nos Açores: a Criptoméria, uma conífera oriunda do Japão e que se dá bem por aqui.
Foi divertido ver a picareta, enxada e tesoura de poda andarem de mão em mão. Todos quiseram cavar e aprender com o Eng. Carlos Silva. A Antonieta, única condutora feminina da caravana, colocou-a na terra. E, sem contar, foi aqui que se tirou a foto de grupo, com a nova “sócia”, já bem regada.
Poster a assinalar a visita do MCP ao Parque Florestal de Amarante
A reforma agrária abre o apetite
Como também tínhamos de ser “regados por dentro”, despedimo-nos com amizade deste excelente silvicultor e amigo Eng. Carlos Silva, passamos à Ponte de S. Gonçalo e subimos a Lufrei para almoçar na Adega Típica O Ministro. Um restaurante que recomendamos pela fartura e qualidade com que nos serviu. Com muitas entradas e pratos diferentes sobre a mesa, petiscamos de tudo num almoço onde a alegria foi o mote. Excelente. Obrigado à Catarina Almeida e Paulo Carvalho pela ajuda neste capítulo.
Turismo e motos na Pousadela
Faltava o fecho na Quinta da Pousadela, o tão propalado espaço de Turismo Rural com potencial motociclístico! E se alguém tinha dúvidas, elas desapareceram logo à chegada. É que a bonita quinta (é uma antiga aldeia com casinhas, ruas, lagares, patamares, relvados, pomares, vinhas e bosques) estava a receber uma prova de Cross Country, com mais de 70 pilotos, alguns dos quais campeoníssimos como Joaquim Rodrigues Júnior, Diogo Vieira e Rita Vieira. Entramos com as nossas motos entre o estacionamento de carrinhas e reboques, botas e capacetes cheios de lama, bem como pilotos espantados com a nossa presença. O Parque Fechado deles era no relvado em redor da piscina. Um luxo. O “nosso” foi no relvado ao lado de um espigueiro e diante do restaurante típico. Outro luxo. E já estava outra mesa posta, com vinhos da casa, explicados por enólogo próprio, culminando a recepção por parte da proprietária Rita e do responsável do marqueting, Filipe Cardoso. Isto porque o dono, o Paulo Amado, andava de moto a tratar da prova. É ou não um local bem motociclístico? E tem frota de motos TT, bem como equipamento para alugar, tal como rotas para desta quinta se partir para o Marão e Douro, para além dos muitos percursos dentro do terreno, de muitos hectares. Um local fantástico, isolado, junto a Ôlo, no vale do Tâmega.
O Pousadela, vinho verde, claro, era fresco e saboroso. Acompanhou-nos no pôr do sol e na cerimónia de entrega de prémios, honrada pelo presidente da câmara, Eng. Gaspar. Um final de dia de truz, sob laranjeiras e casinhas de pedra e seus alpendres.
Saímos da Quinta da Pousadela já à luz dos faróis para um regresso tranquilo a casa.
O próximo Passeio de estrada do MCP será a 21 de fevereiro, um domingo, com programa parecido, pelo litoral norte.
Obrigado ao João Zagallo pelas excelentes fotos e a todos pela companhia e alegria!