de Rio de Onor a Alfândega da Fé
Desfrutar ao máximo das paisagens únicas do Nordeste Transmontano com saltinho ao outro lado da fronteira, em passeio onde a tranquilidade e o convívio, a boa comida e o descanso foram ementa principal de um evento em que, sem stress de horários ou de grandes grupos, todos os participantes desfrutaram da beleza e do agradável clima ao longo de dois dias. Em verdadeiro momento de relaxe absoluto, o pequeno mas simpático grupo beneficiou de condições únicas, rolando a ritmos turísticos, longe dos imperativos dos ponteiros do relógio, permitindo-se paragens muito tranquilas, para agradáveis descansos em zonas de frondosa beleza.
Do Porto em direção a Espanha, Gudiña foi a primeira paragem para um imprescindível café matinal e reabastecimento, aproveitando desde logo as benesses do combustível mais barato em Espanha, seguindo a caravana por bem tratadas estradas nacionais espanholas até ao ‘regresso’ a Portugal com destino a Moimenta. Deslumbrantes paisagens serranas, por estradas rodeadas de imensas árvores com destaque para os enormes castanheiros, acompanharam os participantes neste passeio do Moto Clube do Porto até Parâmio, onde o famoso ensopado de borrego servido no restaurante O Capelas ajudou a calar os mais céticos, completamente rendidos após o opíparo almoço.
Retemperadas as forças, seguiu o pelotão em direção a Rio de Onor, atravessando estradas quase sem movimento e onde algumas aldeias conferiam um toque de inusitada beleza, sobressaindo por entre castanheiros, carvalhos, oliveiras, sobreiros e amendoeiras. Na mais conhecida das aldeias raianas portuguesas, uma pausa permitiu desentorpecer as pernas e conhecer, mais de perto, a ponte, o rio e as gentes, fazendo fotos marcadamente diferentes. Claro que, em dia de jogo da Seleção Nacional, houve quem preferisse ficar em animada tertúlia pelo café da terra, apreciando o desempenho da equipa das Quinas…
Satisfeitos com os ‘quatro-a-zero’ oferecidos à Nova Zelândia ou com as imagens de uma aldeia realmente única – a mesma que em 1999 viu uma centena de aventureiros partir para o primeiro Portugal de Lés-a-Lés – todos os participantes voltaram às motos plenos de sorrisos e boa disposição para a curta viagem até Bragança. Tempo para um agradecido duche no simpático e acolhedor Hotel Classis antes do jantar no restaurante O Poças, com um ‘bacalhau à casa’ servido com deliciosas batatinhas às rodelas, e onde não faltaram as mais tradicionais entradinhas e as sobremesas. Que, naturalmente, obrigaram a uma volta maior de regresso, para ajudar na digestão, com passeata até ao Castelo antes de voltar ao hotel, aproveitando para recuperar depois da noitada de S. João na véspera, que levou muitos quase de direta para este passeio.
Descanso bem necessário para melhor aproveitar o segundo dia do passeio, com rota através de Espanha, com entrada por Alcañices, aproveitando excelentes estradas em direção a Miranda do Douro seguindo, sempre pelas mais bonitas estradinhas da região, com excelente pavimento a permitir maior descontração para apreciar as paisagens, rumo a Sendim e Mogadouro. ‘Barrigada’ de cenários únicos, de relaxante beleza, partilhados numa paragem onde dois dedos de prosa foram entremeados por uma dúvida filosófica. ‘Fato de chuva, vestir ou não? Eis a questão.’ Era curta a viagem até Alfândega da Fé e as poucas gotas, aqui e além, não intimidaram os motociclistas que, entre redobrados sorrisos, chegaram ao restaurante Garfo 2. A ótima feijoada servida parece não ter dado muito gás aos participantes para voltar a casa, já que ninguém queria abalar e, entre as mais inusitadas propostas, houve mesmo quem lançasse a ideia de pontuar o passeio gizado pelo incansável Artur Silva. E, numa escala de 1 a 5, ninguém hesitou em dar a nota máxima à organização, beleza, conforto e gastronomia, num passeio cujo registo fotográfico do Abel Gomes ajuda a confirmar a excelência.
Fotos Abel Gomes