450 km de curvas sob canícula terminaram com petisquice
21 corajosos participantes resistiram aos 43 graus que se fizeram sentir no domingo 7 de agosto e alinharam na nona edição do País Dekarta, passeio muito suigéneris do MC Porto.
Para melhor descrever, aqui vai o resumo na primeira pessoa do seu organizador e mentalista Nuno Feliz:
Desculpem só agora estar a escrever o texto sobre o 9º País Dekarta, mas devido ao calor deu-me uma branca e eu detesto quando isso acontece e não tenho uma nota enrolada. Como tal vou então arriscar escrever algumas palavras sobre o evento, pois como diz o meu grande amigo Tó Xico, a inspiração é sempre proporcional ao risco...
Realizou-se domingo passado mais uma edição da saudável maluqueira engendrada pelo Moto Clube do Porto para pôr a malta às voltas com a moto e à rasca com o mapa durante o mês de Agosto. Esta é já a nona edição e nela participaram 21 motociclistas em 16 motos. Parabéns aos 5 penduras que aguentaram os 450 Km's do percurso sem reclamar.
Muito...
Na opinião de todos os participantes, que mais uma vez chegaram ao final cansados mas de sorriso rasgado, o evento só não foi perfeito por causa do intenso calor que se fez sentir. Alguns participantes mostraram no final fotografias dos termómetros das motorizadas a marcar 43 graus (na zona de Satão), mas como o exigido era fotografar Placas Toponímicas ou algo que identificasse as localidades, a organização resolveu penalizar os participantes com uma mini fresquinha ou uma água. Se comprassem motos sem termómetro já não tinham tanto calor.
Já com um calor abrasador, às 7:30 todos os participantes aparecerem na sede para ultimar as inscrições, receberem a folha com os PPO’s (Pontos de Passagem Obrigatória) e últimas indicações sobre o percurso. Após verificarem a localização dos PPO's no mapa e verem qual o trajecto que os esperava este ano, por volta das 8:15 já todos se tinham feito à estrada em grupos ou sozinhos, pois neste passeio cada um escolhe como quer andar. Por volta das 8:45 quando me preparava para fechar o estaminé, ouço o barulho de uma moto e nisto entram-me pela sede dentro duas pessoas a perguntar se ainda podiam participar no evento. Lá se inscreveram e partiram com vontade de recuperar o tempo perdido. Está visto que a pontualidade não é o forte deles, pois até esta hora ainda não chegaram. Pelo menos que eu tivesse sido informado disso.
Mais uma vez as estradas escolhidas além de excelentes paisagens e curvas para todos os gostos, proporcionaram um enorme prazer de condução segundo a opinião de todos. E tirando alguns contratempos na zona de Águeda e Estarreja por causa dos incêndios a coisa correu sobre rodas.
Agora, um evento pode não ter histórias e estórias para contar? Poder, pode! Mas não era a mesma coisa. E este não podia ser excepção.
A coisa começa logo a seguir a Resende quando o Sérgio Correia liderava um grupo de 3 motos e se lembra que conhecia um atalho para Lamego que lhe permitia poupar uns quilómetros largos, nem hesitou, controla uma retunda, esguina à direita e dispara em direção a Lamego, apenas se esqueceu de um pequeno detalhe. Aliás dois pequenos detalhes... O primeiro foi que o quelho ia dar às escadas das traseiras do Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, e o segundo detalhe foi que com a Raquel à pendura a GS ia ter algumas dificuldade em subir as escadas. Lá deram meia volta e seguiram viagem.
Outra peripécia que só demonstra que as mulheres nunca percebem aquilo que nós lhes dizemos, a esposa de um dos participantes que o esperava na sede, ligou-lhe a perguntar onde ele estava e ele respondeu:
- Paramos...
Ela que tinha a folha do trajecto à frente ficou toda contente, pois era o penúltimo ponto e ele já não demorava nem quis ouvir mais nada. Desliga... Espera... Espera... até que aparece então ele e a esposa lhe pergunta porque demorou tanto que Paramos era já ali, ele responde:
- Tu não me deixaste acabar, eu ia dizer que paramos para beber umas águas, tu é que desligaste...
O primeiro a chegar foi o Graciano Albuquerque que às 17:25 já estava a ligar para o organizador a perguntar se ia demorar muito a ir-lhe abrir a porta. Seria preciso esperar quase uma hora para que chegassem os próximo participantes, tendo os último chegado às 19:55. O troço pior seria entre Aguiar da Beira e Sever do Vouga devido ao calor que se fazia sentir naquela zona, mas nada que demovesse o pessoal de continuar. Até porque no clube aguardavam-nos umas bifanas e um caldinho verde de se lhes tirar o chapéu feitos pela Alice Barros, que acompanhados de umas cervejolas e umas colas fresquinhas recompuseram logo o pessoal.
OS PONTOS DE PASSAGEM OBRIGATÓRIA FORAM:
01 - SANDIM | 11 - CAVERNÃES |
02 - LOUSADO | 12 - VOUZELA |
03 - PEDORIDO | 13 - SEVER DO VOUGA |
04 - CASTELO DE PAIVA | 14 - A-DOS-FERREIROS |
05 - CINFÃES | 15 - TROFA |
06 - CALDAS DE AREGOS | 16 - AVEIRO |
07 - LAMEGO | 17 - OVAR |
08 - TABUAÇO | 18 - PARAMOS |
09 - AGUIAR DA BEIRA | 19 - ESPINHO |
10 - SATÃO | 20 - MCP |
Àquela malta que ficou em casa só lhes digo uma coisa: Num viestéis, num sabendes o que perdestéis! Foram 450km de excelentes estradas e paisagens e umas não menos excelentes bifanas e caldo verde para terminar. Depois digam que o Moto Clube do Porto não trata bem o Pessoal.
Para o ano há mais.