Concerto de Rui Marinho encheu sede do MCP
Foi uma noite inolvidável a que se viveu na sede do Moto Clube do Porto durante o concerto de Rui Marinho inteiramente dedicado à música portuguesa. Casa cheia, ou melhor casa a abarrotar, com mais de uma centena de sócios e amigos a acompanhar algumas das melodias que marcaram a história da música portuguesa juntamente com alguns originais do sócio número 10.
Aliás, o concerto acústico começou exatamente com um original de Rui Marinho sobre o poema de Fernando Pessoa, Não Sei Quantas Almas Tenho, começando a aquecer com Encosta-te a Mim (Jorge Palma), seguindo depois para os Jardins Proibidos (Paulo Gonzo). Temas que foram aumentando a confiança melódica de dezenas de entusiastas que criaram um coro para o tema Por Quem Não Esqueci, dos Sétima Legião, aumentando o volume em quem Nasce Selvagem, dos Delfins.
Um mais tranquilo, mas igualmente sentido, Não Venhas Tarde, do guitarrista e fadista Carlos Ramos, antecedeu um dos momentos divertidos da noite. Para evitar problemas com os mais exacerbados defensores dos direitos dos animais, a canção popular Atirei o Pau ao Gato foi adaptada à situação atual do MotoGP com o felino a ser substituído por Marquez. Que, mesmo com o pau atirado com muita vontade… não caiu!
Com o tempo a voar noite adentro, brilharam os acordes d’Os Azeitonas, em Anda Comigo Ver os Aviões, antes d’A Noite Passada (Sérgio Godinho) e Estou Além (António Variações). Já com o coro bem afinado e uma letra que todos conhecem, Dunas, dos GNR, quase vinha abaixo a sede do MCP, mantendo-se a animação em Anzol (Rádio Macau), Loucos de Lisboa (Ala dos Namorados) antes de mais um belíssimo original do cantor de serviço. A partir de mais um poema de Fernando Pessoa, Rui Marinho musicou o tema Cai Chuva do Céu Cinzento, prelúdio perfeito para a canção de Vitorino, Menina Estás à Janela, antes daquele que não seria Intervalo, dos Perfume.
Com um ambiente estrondoso, numa das noites mais concorridas dos últimos anos, tempo para ver amigos de longa data, comer umas bifanas d’Amélia e recordar caras que há muito andavam arredadas deste espaço. E que deram o tempo por muito bem empregue ao ouvir os acordes de dois apaixonados da cidade do Porto: Rui Veloso (A Paixão) e Pedro Abrunhosa (Tudo o Que te Dou). Já com os dedos cansados de tanto dedilhar as cordas das violas que o acompanharam, Rui Marinho teve mesmo que ceder aos pedidos de só mais uma com dois encores da mais famosa banda do rock português. Circo de Feras e Não Sou Um Caso Isolado, dos Xutos & Pontapés marcaram o encerramento épico de um concerto extremamente animado, numa noite memorável, mostrando que, apesar da idade, o Moto Clube do Porto está mais vivo que nunca.