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Se o destino for alcançável de moto
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MCP na Guatelama...

...por Filomena e Abel Gomes

E foi de uma forma completamente inesperada que nos vimos envolvidos no que classifico como uma aventura até à Guatemala.
O desafio foi do MCP, participar numa Convenção Internacional BMW Motorrad Club que faz faz parte do WTC, “World Touring Challenge” com a atribuição de um certificado de campeão mundial de Touring a um Moto Clube, sendo este atribuído pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Este foi um dos eventos por nós escolhido para ajudar o MCP a pontuar para ganhar este troféu.

E assim foi, 3 motociclistas, eu como pendura e o delegado da FIM ao evento, iniciamos aquilo que previa ser uma longa viagem até ao destino final. A viagem ainda foi um pouco mais longa para lá, pois ventos fortes obrigaram a um desvio da rota. E assim sobrevoamos um pouco da calote do ártico.

Entre Porto, Frankfourt, México e Guatemala, mais de 24h no total, entre voos e escalas, com passeios nos corredores dos respetivos aeroportos, filmes nos aviões e alguns períodos dedicados à sonolência. Foi às 6h da manhã que saímos daqui tendo lá chegado por volta das 23H30m (hora local).

A Guatemala é conhecida como a “terra da eterna primavera”, desfrutando de dias quentes e noites suaves durante todo o ano.

De La Aurora saimos em 2 taxis, pois o transfer já tinha desistido de nos esperar, e seguimos para o sumptuoso hotel, digno dos motociclistas portugueses.

No dia seguinte, depois de um pequeno almoço continental e troca de algum dinheiro seguimos de taxi até ao local onde se alugaram as motas.

No Stand da BMW, aguardamos a distribuição das motas e os habituais trâmites legais para avançar para o que seria o primeiro percurso desta aventura. Fiquei com pena de não nos levarem até Antígua, a cidade história que é Património Mundial.

Nesta primeira viagem deu para perceber que o trânsito é um pouco caótico, os motociclistas, grande parte sul americanos conduzem bem rápido e não interessa se ultrapassam pela direita ou pela esquerda, quem vem atrás que acompanhe. Esta foi a primeira experiência....que nós portugueses percebemos logo e como alguém disse: “Em Roma sê romano”, depressa todos conduziam como os sul americanos, apesar das motas menos potentes. Estes portugueses estiveram de parabéns.
Primeira paragem, apenas porque alguém se perdeu...e.... não foram os portugueses....

As estradas são mais um desafio para os condutores, acredito que restou pouco tempo para usufruirem da deslumbrnate paisagem entre vulcões que por vezes soltavam fumo. Apenas dizer que 150KM se fazem em aproximadamente em 3H... sempre em disputa com camiões carregados e autocarros que parecem ser conduzidos por alucinados. São veículos comprados nos Estados Unidos, normalmente aqueles modelos amarelos que transportam estudantes, equipados aqui com motores de alta potência de megacaminhões, só pode.... Os motoristas que conduzem esses monstros "envenenados" fazem 120km/h em estradas de subida com curva contra curva. Se fosse só uma questão de trânsito numa estrada de difícil ultrapassagem, tudo bem. Mas a viagem ganha desnecessários requintes de rali. Só experimentando...

É o país de todas as cores, a Guatemala. Há o amarelo-ouro das fachadas coloniais, o cinzento-escuro das paisagens vulcânicas, o verde-clorofila da selva tropical, infinitas tonalidades no trajar dos povos indígenas que habitam os locais por onde passamos.
No que diz respeito às paisagem, a Guatemala é um prato cheio. Montanhas, lagos com cores surreais e muitos vulcões (ativos e inativos) compõem o cenário de belezas intocadas. Talvez o filme que pretendo fazer ilustre melhor o que escrevo.
Terrenos montanhosos, vulcões, florestas tropicais, muitas cores e sabores! A Guatemala é, talvez a zona de maior concentração vulcânica de toda América.
Possui um território de grande fertilidade, motivo pelo qual a sua agricultura é de grande riqueza, em especial o cultivo de cana de açúcar, banana e café.

O alojamento em Irtra, onde decorrereu a festa da Convenção, a noite dos patrocinadores e a fogata Guatemalteca, superou as extectativas. Rodeado de jardins, piscinas, som das aves, sossego, restaurantes e cafés, local ideal para o descanso e um mergulho relaxante na piscina no final dos passeios.

Um dos passeios levou-nos ao Lago Atitlán, cercado por três vulcões e várias pequenas vilas, é um cenário de cartão postal, considerado um dos mais belos lagos do mundo. Com 130 km2, este é considerado um dos lagos mais profundos da América Central que se formou após uma erupção vulcânica. Pena não termos parado mais tempo junto ao lago, mas para este grupo de motociclistas Gualtemaltecos não há tempo a perder, a estrada é para percorrer e tentar usufruir de uma paisagem coberta de bosques de coníferas e árvores de folhas largas (fetos com enormes folhas) que dizem ser refúgio de espécies de plantas e animais em perigo de extinção.
Uma visita até Salcajá, uma povoação que nos levou a percorrer encantadoras estrada de curvas entre paisagens de sonho.
A visita ao interior de uma igreja, se não me falha a memória é a Igreja de San Jacinto, a primeira a ser construida na América Central, no ano de 1528, onde vários dos participantes foram entrevistadois para uma rádio local, entre eles o delegado da FIM ao evento e o tuga Modesto.

Uma das coisas que mais me impressionou foi a forma de vestir da comunidade nativa da Guatemala. Cada aldeia exibe com orgulho as suas próprias cores especiais e modas. Em geral, a maioria das mulheres nativas da Guatemala vestem blusas trabalhadas e saias longas e coloridas até aos tornozelos. As cores combinam em infinitas possibilidades tendo a sua origem em tempos pré-colombianos. Os homens usam camisas coloridas e calças largas pretas. Chapéus de palha para os homens são comuns. Em algumas áreas, as mulheres usam distintos xailes, de cores brilhantes e como quase tudo na Gautemala, muiticoloridos. Uma expressão que li e achei interessante “um caleidoscópio ambulante”. Até os cemitérios são coloridos.
As crianças são transportadas presas nas costas por mantos, por vezes completamente cobertas, talvez como proteção do sol ou das poeiras... Na generalidade são pequenos os Gualtemaltecos, sobretudo os grupos indígenas de origem maia. Como alguém referiu: “parecem hobitts”. Curioso como os guias se perderam no percurso o que nos proporcionou observar localidades muito rurais. Deu para perceber que têm certamente uma alta taxa de natalidade, apareciam crianças de todo o lado...uma das riquezas que nós europeus estamos a perder... li que têm 34 nascimentos por cada mil habitantes!
E escrever sobre os “tumulos” que tivemos que passar? Não foi fácil, nem sequer agradável, no final do dia os assentos sentiam-se doridos...bendita piscina para relaxar.

No último dia dedicado ao relax ou à visita aos parques temáticos, desafiamos um pequeno grupo para visitar Chichicastenango, onde tem lugar o mercado mais espetacular do país. O receio de se ir sem o guia foi crescendo, as estradas não conhecidas...mas no final 4 motos e 6 pessoas resolveram arriscar, deixando o nosso líder um pouco ansioso, pois não nos podia acompanhar, compromissos de trabalho. Pois bem, lá fomos nós, o Modesto um pouco a medo, um casal italiano e um espanhol.
A primeira parte já conhecida foi até Salcajá, logo de seguida uma faixa em asfalto, talvez das melhores estradas que havíamos feito até ao momento (Autoestrada PanAmericana). Bem conservada.

No topo de uma montanha encontramos a cidade de Chichicastenango, habitada principalmente por descendentes indígenas. Vale a pena a visita pela oportunidade de travar contato mais próximo com a cultura e os moradores locais. Depois de encontrar um local para estacionar as motas em segurança, (e que bem seguras estavam com aquele povo, pois alguém terá deixado as chaves na mota durante bem mais do que uma hora...) bem perto do mercado que representa um aglomerado de centenas de pessoas num impressionante espetáculo que vai mais além do intercambio comercial. Ao redor do mercado, eles montam as barracas que se espalham pelas ruas da cidade e vendem panos, bordados, tapeçarias, cerâmicas, bonecas, caixinhas. “Chichi”, como é chamada pelos guatemaltecos, é a cidade santa dos índios Quichés, que vêm prestar culto na igreja de Santo Tomás, modesto templo mas belo exemplo arquitetônico do século XVI, bem na frente do mercado. Os elementos que definem a personalidade da vila são a simplicidade das construções coloniais e a alegria de seus moradores. A principal escada de acesso à igreja está construída sobre um antigo lugar de culto Maia e ainda hoje os sacerdotes Maias realizam sobre ela alguns de seus rituais de purificação..

Chichicastenango fica a mais de dois mil metros de altitude e é um delírio cromático. Valeu a pena superar o medo...

E assim termina mais uma aventura desta vez por terras da América Central, venha a próxima, quem sabe, Japão, Ásia, África...Portugal, onde quer que seja, com bom tempo e saúde, o turismo de moto em boa companhia é sempre bem vindo.

Que venha a próxima!

 
Documento com paginação original da autora aqui

 

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